Aprendendo a ser só I

Posted by Dionísio...

O dia da despedida foi intenso.
Do início ao fim ela se perdeu
Entre papéis coloridos, fotos de
Momentos bons e um outro som
Que fazia lembrar os sentimentos
Herméticos esquecidos na memória.
Declamou frente o espelho com
Apenas o desejo de estar pronta.
E desculpas. Chorou. E implorou.
No caminho o silêncio fazia a trilha
Sonora para sua dor. Adilson Ramos
Calava lento seu “Sonhar Contigo” e
Levava seu penar leve como pena
Pela subversiva década de sessenta.


A mulher com o coração colorido
Compunha suas melodias pelas ruas.
O encontro foi dolorido e a coragem
Tremia em todos os seus mímicos gestos
Trazia um sorriso anêmico sem utopias e
Aflito sem caber de imaginar o final
Interlingual numa bandeira incendiária,
Nas mãos, a dor carregava o vento cansado
Passado sem presente. Um dia, ela olhou
Para fora com os olhos de dentro. Um dia,
O fora se fez presente mostrando o sopro que
Apaga chama e reacende o que for para ficar...
(O desejo. O cheiro. O flerte. O toque. O olhar
E saudade, saudade, saudade, saudade, saudade...)

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