Balé das Balas

Posted by Dionísio...

Vivem então em meio a um balé de balas
Que ressoam a música da morte sem alma,
Como o sono sem fim, ou morte sonolenta.
Vivem como asnos dando voltas ao redor
Sem fim até que andante bala toque o teto
Do infinito colocando em finito estágio asno.
A bala desbrava a selva do corpo corroendo
Os sentidos dentro, colocando-o em estado
Vegetativo, mas a bala de mais a mais, não
Faz grandes subversões no cadáver-epitáfio.

Tão sem sentido epífito tacanho corpo-abrigo
Antes sem serventia, agora jogado com mais
De nada a dar e mais menos serventia ainda.
Assassínio violento em palavras vetantes
Que passam feito balé de balas assassinas.
Festivas com mortes petrificadas e fricativo
gesto líquido criticamente desesperado e vão.
Ela, ainda que sem sentido sacrário, infame
Em forma metálica, executa seu sacrifício de
Viver agora em decrépito cadáver-epitáfio.