A coisa que nunca ou-vi
Posted bycotidianamente o dia
nos vive como um silêncio
que se instala depois do silêncio
anterior, apenas passando
no ar o traquejo de não se abraçar ao
que muda sem pensar preciso quando é meio...
sua saudade é sempre mais amável
sua memória diz mentiras perfeitas
que nenhuma surrealidade desmonta
em um punhado de palavras e outro
que faz sentir a vida nas entrelinhas
como se sente uma pedra no sapato
correr, sem passadas medidas precisas
correr, sem ter qualquer meta e chamar
a coleção de feridas de história da sua vida.
Foi a história de um erro levado até os
últimos fôlegos do engano e cuja hora
[ já passou]
agora resta assim, da solidão de um palhaço
esforçado em levar-se a sério, agora
esforçando-se para se ver passar
e somente para se ver passar em branco
ao negro